segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

    Às vezes tenho saudade de coisas que nunca vivi, um desejo escondido de voltar para casa, de estar no céu e ser novamente a essência que foi criada pura.

   Sinto saudade de quando a Bíblia era só a Bíblia, não a "Bíblia da Vitória", "Bíblia do poder espiritual", "Bíblia da prosperidade" e tantas outras, saudade de quando era a Bíblia Sagrada, simplesmente a palavra de Deus.

    Sinto saudade de quando a voz procurada era a de Deus e não a de "profetas" que falam desenfreadamente sobre seus próprios desejos.

    Sinto saudade de quando a igreja era um grupo de amigos de Jesus, completamente errados, cheios de orgulho, medos e dúvidas, mas cheios de amor uns pelos outros e dispostos a perder suas vidas por Jesus.

    Sinto saudade de quando as pessoas cantavam para Deus pelo único fato de Ele ser suficiente e não para suprir uma carência emocional.

    Sinto saudade de ouvir pregações que me ensinam sobre quem Deus é, e não sobre quantos carros vou ganhar se eu ofertar alguns zeros antes da vírgula.

    Sinto saudade de ser a Morgana e não a "irmã" que muitos não sabem o nome, perdida entre "irmãos" desconhecidos.

    Algumas destas coisas eu nunca vivi e talvez nunca viva, porém em meu coração ainda bate forte o desejo de viver o cristianismo de Jesus e não mais a mentira contada pelos homens...


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

    Com o passar dos anos a igreja mudou em vários aspectos, desde o primeiro grupo reunido com apenas doze discípulos, até grupos gigantescos, de milhares de pessoas. Encontramos igrejas de doutrinas diferentes, números diferentes, entretanto, o problema continua, agora, não mais sobre Judeus e gentios, mas cristãos e não cristãos. As dificuldades são diversas e se manifestam de diferentes formas, mas não podemos negar que, como seres humanos, cristãos ou não, todos buscamos a mesma coisa. A vida é a mesma aonde quer que formos e não adianta tentar fugir. Os maiores medos, inseguranças e obstáculos não estão nas pessoas com quem nos relacionamos ou no espaço geográfico onde nos encontramos, mas, no interior de cada um de nós. Levamos os problemas e dúvidas em nossos corações e mentes, e se não pudermos nos desfazer destas mazelas (e realmente não podemos sozinhos), contaminaremos todos quantos trombarem conosco nesta Terra.
            Parece-me que algo, nós cristãos, perdemos durante nossa caminhada. Tentamos com palavras expressar o que vivemos o que somos, e o que Deus é. Queremos explicar o mistério transcendente da vida de Deus em nós. No entanto, coisas do mundo jamais explicarão o que não é do mundo. Buscamos a Deus, e quando encontramos (somos encontrados), continuamos procurando o sentido de nossas vidas. Ansiamos pelo dia em que seremos transformados e levados com o Pai, porém, gastamos toda nossa força humana para encaixotar o criador do universo em sua criação, para torná-lo expressão de nossas vidas apáticas. Desgastamo-nos no engano de que nossas perguntas nos ajudarão a entender a graça, quando na verdade, o que queremos é sentir que temos domínio sobre algo. As escrituras nos ensinam a não temer e lemos “não temas” o número de vezes suficiente para todos os dias do ano. Sabemos que não precisamos temer, mesmo assim o medo nos paralisa. Nossas mentes são complexas até mesmo para nós. Nosso Pastor Perfeito, no entanto, não desiste, Ele sabe que não precisamos temer, mas se tivesse esperado que o medo fosse embora ao som do primeiro “não temas”, não o teria repetido para que ouvíssemos até agora e também todos os dias que ainda nem vivemos.
            Jamais teremos respostas para todas as perguntas, ou saberemos com certeza sobre o dia de amanhã, ás vezes, não saberemos como agir em relação à nada, nem mesmo teremos explicação lógica para nossa crença neste Deus, mas, que realmente seja assim, pois se conseguíssemos alcançar o fim do infinito, que tipo de infinito seria esse?

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Foi quando vivi que etendi que todas a ideologias, estudos teológicos, reflexões sobre Deus, por mais próximas que cheguem, não podem enquadrá-Lo. Mesmo que utilizemos todas as palavras, de todas as línguas, Ele não pode ser explicado.
Entendemo algo, ou conhecemos alguém, a partir de comparações que fazemos de coisas, pessoas, cores, leituras armazenados em nosso cérebro. Tudo de novo que conhecemos é automaticamente comparado com algo que já existe.
Deus é, a partir dele mesmo e em si mesmo. Não há comparações, nada existiu antes dEle, nada aconteceu para que pudesse ser comparado.
Ele é. Simplismente!

"Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste." Cl 1.17

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CONVICÇÕES

   Nem tudo é como imaginei. Minhas "convicções"? Nem todas eram realmente convicções, todas sempre muito bem pensadas, mas pouco vividas. O mundo se perde quando eu me perco, quando não sei mais quem sou, quando não sei mais quem Ele é. As dores podem ser imaginadas, mas só sabemos o quanto aguentamos quando sentimos corroendo nosso ser. Os projetos e sonhos, são apenas isso, nada é real até que seja colocado em prática. Nada é real até que Ele coloque em prática. E quando Ele muda tudo, tudo vira lembrança. E quando Ele me fez uma pergunta minha resposta foi sim. Quando Ele fez um sacrificio eu o aceitei. Quando Ele "desapareceu", quando Ele me "desapontou", a única coisa real em mim, foi a dor. Mas não importa o quanto mais doa, ou quantas dúvidas eu tenho ou quantas "convicções" vão desmoronar, o meu sim, me mantém viva. Não importa quantas vezes eu queira abandoná-Lo ou quantas vezes eu queira me calar, quantas vezes eu feche os olhos, tampe os ouvidos, quantas vezes eu me perca, quantas vezes eu o perca de vista. Não importa o quanto eu corra, não posso fugir, não é mais o meu sangue que corre nas minhas veias. É o seu sangue que faz bater meu coração, que faz gritar a minha alma, que faz estremecer o meu ser... Ele está em mim e eu estou n'Ele. Não dá pra fugir disso!!!



domingo, 16 de janeiro de 2011

Somos pó...

(...), pois Ele sabe do que fomos formados; lembra-se de que somos pó. Sl 103:14

Meu Deus é compassivo e amoroso. Não se decepciona comigo, pois não espera nada além do que Ele sabe que suportarei. Não espera nada além de meu amor, fraco, mas verdadeiro.  Meu Deus não se importa com o que fiz no passado. Não se importa com o que as pessoas pensam a meu respeito. Importa-se comigo. E não quer nada além de mim. Sabe que sou pó. Mas, e eu? Lembro que sou pó? Lembro que sou imperfeita e que jamais estarei livre de erros?
Lembro com admirável facilidade que o mendigo, jogado em um beco qualquer de minha cidade, precisa ser amado. Lembro que Cristo entregou-se por amor às pessoas necessitadas, porém, esqueço-me de que este amor também foi estendido a mim. Com clareza percebo que a pessoa ao meu lado é pó. Com veemência digo a ela o quanto Cristo a ama. Com sincera dedicação esforço-me para cumprir o mandamento de amar a meu irmão. Porém, esqueço-me de abrir meu coração à cura provocada por tão terrível amor. Poupo-me do furacão incontrolável que pode tirar-me de meu lugar confortável. Jamais conseguirei amar com verdade outra pessoa enquanto ousar não amar a mim mesma. Enquanto ousar odiar a quem Cristo amou. Jamais poderei estender o perdão verdadeiro a alguém se continuar convencendo-me de que sou imperdoável. A maior dor que posso causar a mim mesma é a dor de não entregar-me a este amor que se tornou o que sou, para que eu possa ser o que Ele é. Simplesmente filho!
A verdade é que não consigo suportar o fato de que sou amada. Em meio a culpa e ódio que sinto de mim mesma sou  incapaz de aceitar um amor sem reservas, vindo de alguém que conhece cada parte boa de meu coração, mas também cada coisa horrível escondida embaixo de tapetes e tranqueiras de meu coração, e ainda assim me amar. Meu ego impede que eu mostre ao mundo o que há dentro de mim, pois nem ao menos tenho a coragem de encarar minhas falhas, tanto mais de encarar o que pensam ou falam de mim. Constantemente afundo-me em minha necessidade de ser conhecida como agente de bondade. Embaixadora do amor, que não consegue amar a si mesma.
Cristo nos ensina a amar ao próximo como a nós mesmos. Que o nosso esforço diário, antes de amar ao próximo, seja amar a nós mesmos como Cristo nos amou.
Faço coisas sem pensar
Nem sempre dou ouvidos à razão
Normalmente sigo o coração
Ouço o que deveria
E transformo no que queria
Não deixo cicatrizar as feridas
E definitivamente fujo de despedidas
Ás vezes sou amável, ás vezes detestável
Não sigo meus instinos
Não sigo meus conselhos
De tanto levar tombos aprendi a levantar
Preciso de respostas, aprendi a questionar
Já olhei pra trás, mas decidi seguir em frente
Já sofri demais na vida
E descobri que não é como uma corrida
Eu não preciso ser a primeira
só preciso chegar ao final
Não coloco máscaras para olhar no espelho
Sei quem sou e porque eu sou
Sei achar o meu caminho
Sei achar o seu caminho
Mas também sei quando parar...
...e apesar de tudo, decidi continuar.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Deixando o sol brilhar!

    Em uma certa tarde, ao olhar pela janela, viu que chovia lá fora. Sentiu o coração doer e suas idéias escurecerem. Não havia sol algum trazendo esperança, resolveu então olhar para dentro de si.
    Chorou ao deparar-se com o vazio, há tempos não passava por ali e não fazia idéia da total devastação que ela mesma provocara. Percebeu que com o passar do tempo deixou os sonhos voarem para longe, trocou sorrisos verdadeiros por falsas emoções, jogou fora a mobília de projetos que traziam vida.
    Sentada, sozinha no centro de seu coração vazio, enxergou ainda um pequeno baú, ao abrí-lo, juntou forças para dar um sorriso, pois ainda haviam ali algumas poucas lembranças, fleches da vida e pequenas faíscas de esperança começaram a ocupar um lugar na sala vazia.
    Levantou-se e olhou novamete pela janela, ainda chovia lá fora, porém não mais em seu coração, era hora de deixar o sol brilhar...