domingo, 16 de janeiro de 2011

Somos pó...

(...), pois Ele sabe do que fomos formados; lembra-se de que somos pó. Sl 103:14

Meu Deus é compassivo e amoroso. Não se decepciona comigo, pois não espera nada além do que Ele sabe que suportarei. Não espera nada além de meu amor, fraco, mas verdadeiro.  Meu Deus não se importa com o que fiz no passado. Não se importa com o que as pessoas pensam a meu respeito. Importa-se comigo. E não quer nada além de mim. Sabe que sou pó. Mas, e eu? Lembro que sou pó? Lembro que sou imperfeita e que jamais estarei livre de erros?
Lembro com admirável facilidade que o mendigo, jogado em um beco qualquer de minha cidade, precisa ser amado. Lembro que Cristo entregou-se por amor às pessoas necessitadas, porém, esqueço-me de que este amor também foi estendido a mim. Com clareza percebo que a pessoa ao meu lado é pó. Com veemência digo a ela o quanto Cristo a ama. Com sincera dedicação esforço-me para cumprir o mandamento de amar a meu irmão. Porém, esqueço-me de abrir meu coração à cura provocada por tão terrível amor. Poupo-me do furacão incontrolável que pode tirar-me de meu lugar confortável. Jamais conseguirei amar com verdade outra pessoa enquanto ousar não amar a mim mesma. Enquanto ousar odiar a quem Cristo amou. Jamais poderei estender o perdão verdadeiro a alguém se continuar convencendo-me de que sou imperdoável. A maior dor que posso causar a mim mesma é a dor de não entregar-me a este amor que se tornou o que sou, para que eu possa ser o que Ele é. Simplesmente filho!
A verdade é que não consigo suportar o fato de que sou amada. Em meio a culpa e ódio que sinto de mim mesma sou  incapaz de aceitar um amor sem reservas, vindo de alguém que conhece cada parte boa de meu coração, mas também cada coisa horrível escondida embaixo de tapetes e tranqueiras de meu coração, e ainda assim me amar. Meu ego impede que eu mostre ao mundo o que há dentro de mim, pois nem ao menos tenho a coragem de encarar minhas falhas, tanto mais de encarar o que pensam ou falam de mim. Constantemente afundo-me em minha necessidade de ser conhecida como agente de bondade. Embaixadora do amor, que não consegue amar a si mesma.
Cristo nos ensina a amar ao próximo como a nós mesmos. Que o nosso esforço diário, antes de amar ao próximo, seja amar a nós mesmos como Cristo nos amou.

Um comentário:

  1. Este é nosso principal propósito: sermos amados! Já escrevi sobre isso no meu blog tbm. Qdo puder passa lá lindinha! http://adelitasiqueira.blogspot.com
    Ainda nao pude ler tdo aki, mas ja to gostando mto do que encontrei nesse cantinho especial!
    Já to seguindo seu blog!
    Bjao!

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